A construção de uma cidade mais democrática e justa requer a qualificação e ampliação das políticas públicas capazes de reconhecer a diversidade como parte indissociável da identidade da espécie humana. Os seres humanos são diversos em suas vivências, portanto, é necessário compreender que conviver com o diferente é entender as profundas transformações sociais, culturais, econômicas e afetivas latentes na sociedade, contribuindo para a superação das assimetrias nas relações de poder entre homens, mulheres, negro/as e branco/as, branco/as e indígenas, homossexuais e heterossexuais, adultos (as), jovens e crianças, nativos ou imigrantes.

Estamos imbuídos em uma sociedade plural e, portanto, todas as suas especificidades devem ser respeitadas, destarte, nosso trabalho educacional, na perspectiva da diversidade, consiste na continuidade de sensibilização, sistematização e reflexão das práticas pedagógicas dentro e fora do ambiente escolar que possibilite a superação de quebra de estereótipos e padrões discriminatórios herdados da sociedade patriarcal de colonização e dominação, que reforça a hegemonia determinada raça, etnia, gênero, sexo, orientação sexual ou tolerância de práticas racistas, sexistas, homofóbicas  e  xenofóbicas  presentes nos diversos ambientes: familiar, educacional, cultural e social.

A inserção da diversidade no currículo implica uma mudança de olhar sobre o “outro” e sobre “nós mesmos” que contemple a efetivação de uma pedagogia que respeite as diferenças, estabelecendo um diálogo permanente entre os educadores/as, da Educação Infantil às diversas áreas do conhecimento na Educação básica. Essa inserção deve se dar ainda nas ofertas de formação continuada, oficinas com estudantes, ampliação do acervo das bibliotecas escolares, e no fortalecimento de programas como Negro em Foco, Gênese     ( Gênero, sexualidade e orientação sexual) e o Projeto Escola Sem Fronteiras  ( inserção social dos imigrantes e itinerantes) que são referendados  no Plano Municipal de Educação de Contagem – Lei nº 4737/2015. Tudo isso com ações intersetoriais entre secretarias, coordenadorias e universidades.